Friday, August 24, 2007

Caridade e auto-indulgência: tão egoísta quanto!


Existe uma teoria recente que, se comprovada, muda a maneira como nós pensamos a respeito de nós mesmos.

De acordo com ela, o cérebro humano é o equivalente antropóide da cauda do pavão – em outras palavras, é um órgão projetado para atrair o sexo oposto.

É claro que o cérebro também tem algumas outras funções e ela compartilha elas com os cérebros de outros animais, mas os processos mentais exclusivamente humanos, tais como a linguagem e a habilidade de construir artefatos complexos, evoluíram originalmente por razões sexuais.

Antes de explorar esse assunto, cabe aqui um parêntese: uma diferença importante observada entre a cauda do pavão e a mente humana é clara – a cauda da “pavoa” – que é ridícula e insignificante. Já ninguém pode dizer o mesmo da psique feminina! (Sem comentários...)

A explicação para isso é que no caso humano, diferentemente do que ocorre como os pavões, criamos a nossa “prole” em família, onde ambos os sexos são envolvidos na criação. O que, teoricamente faz com que o homem seja tão cuidadoso na escolha de uma esposa quanto a mulher é em escolher um marido.

Dessa forma, no nosso caso, ambos os sexos tem razão para aparecer. Mas homens e mulheres apresentam diferentes critérios para fazer suas escolhas e da mesma forma os lados sexuais de suas mentes vão ser diferentes.

Para testar essa hipótese da “mente sexual” foram analisadas duas atividades características dos humanos – o consumo exagerado e o altruísmo para com estranhos.

As coisas raramente são o que parecem

Altruísmo, de acordo com os livros se dá de duas formas. Uma é tecnicamente conhecida como seleção por parentesco e familiarmente como nepotismo. A segunda forma é o altruísmo recíproco - o velho: “você coça as minhas costas que eu coço as suas”. Ela se baseia na confiança e na boa memória e não difere muito de colaboração simultânea onde os benefícios excedem os custos para todos os envolvidos.

Nós humanos entretanto, demonstramos um terceiro tipo – um que não apresenta compensação óbvia. É o altruísmo para com estranhos, por exemplo: caridade - que claro, pode melhor a reputação de quem a realiza, mas como essa melhora na reputação pesa na balança Darwiniana?

À primeira vista, a caridade parece ser o extremo oposto do consumismo exagerado numa escala de egoísmo. Ainda assim eles apresentam algo em comum: ambos envolvem desprendimento exagerado de recursos.

Isso é característico das conseqüências da seleção sexual. A pessoa mostra que ele (ou ela) tem “bala na agulha” para queimar – o que demonstra uma condição favorecida. Vista dessa maneira, tanto o consumismo chamativo quanto a benevolência exagerada são “sinalizações” custosas. E como ambos são padrões de comportamentos, são controlados pelo cérebro e portanto podem ser partes da “mente sexual”.

Foi realizado um teste para verificar a teoria. Nele verificou-se que homens “romanticamente estimulados” preferem gastar com coisas que possam vestir ou guiar do que com coisas que mantém guardadas em casa. Seus motivos não são meramente de posse.

Similarmente por sua vez, mulheres “romanticamente estimuladas” preferem se voluntariar para atividades como trabalhar em abrigos de desabrigados, a gastar uma tarde sozinha catando lixo em um parque. Porque, afinal não há vantagem em se fazer um sacrifício se ninguém está vendo.

De qualquer forma a teoria confirma a idéia familiar do dia a dia de que o que a mulher busca é suporte material e o homem almeja mulheres capazes de se sacrificar. Consumo exagerado permite ao homem demonstrar o primeiro, já a caridade permite à mulher demonstrar o último.

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