Saturday, June 30, 2007

Arte Zero

Em um tour virtual pelo Georges Pompidou Center da França, onde fica a galeria nacional de arte moderna encontrei algumas coisas interessantes, incluindo alguns trabalhos que tentam questionar a própria natureza da arte. Essa aqui realmente é de deixar perplexo:

O cara que fez essa "obra" defende que o branco representa o nada, ou o zero. Ok, mas chamar isso de "arte" também já é demais! Assim até eu!!! Quanto será que vale esses 3 quadrinhos hein? Mais ou menos que esse outro?

É, tá ficando cada vez pior... Será que isso quer dizer que não existe realmente diferença entre Ciência e Arte? Ou apenas que a Arte está se tornando tão técnica e complexa quanto esse incompreensível estudo científico entitulado "A interação do vento estelar nas nebulosas difusas"?

Wednesday, June 27, 2007

Falando mais sobre o Zero...


Não sei exatamente da onde a doutora Taty tirou a idéia que o assunto “zero” não faz o meu gênero. Ela não poderia estar mais enganada!

Primeiro porque assim como todo reles mortal, eu tenho também meus dias de Zero (hoje, em homenagem à dona Amanda foi mais um!), meus dias de fúria, meus dias de desespero e também uns dias mais relax & enjoy – sem os quais nenhum dos outros valeria a pena.

Segundo, o conceito zero é super poderoso. É gêmeo do infinito, iguais e opostos, yin e yang. São igualmente paradoxicais e problemáticos. As maiores questões tanto em ciência quanto em religião tratam do nada e da eternidade, o vazio e o infinito, zero e a infinidade.

Por muito tempo é verdade, o zero não existiu. Os números apareceram quando o homem começou a contar seus carneiros. Não precisavam do zero. Mas a matemática não evoluiu, mesmo em culturas avançadas como a egípcia e a grega, enquanto não incluíram o zero na parada. E quem acabou fazendo isso foram os Babilônios – que hoje seriam os iraquianos... Isso sim é decadência.

Mas voltando, gregos e outros na verdade não gostavam da idéia do zero. A razão é que o zero era perigoso. Sempre esteve ligado com o vazio – com o nada. Havia um medo primal do vazio e do caos. Os povos antigos acreditavam que antes do surgimento do universo só havia o vazio e o caos, e sempre havia o medo que no final dos tempos o caos e o vazio voltassem a reinar. O zero representava esse vazio.

Na verdade, o medo do zero ia além disso. Suas propriedades matemáticas eram inexplicáveis. Multiplicando qualquer número por zero, o número se destrói, vira zero. A divisão por zero deveria ser o oposto da multiplicação por zero. Deveria desfazer a destruição. Mas sabemos que não é bem isso que acontece. A divisão por zero simplesmente destrói a toda a estrutura matemática.

Existe muita força neste simples número. Ele se tornou a ferramenta mais importante da matemática. Mas graças às propriedades matemáticas e filosóficas ímpares do zero (e olha que se trata de um número par!), o zero iria trombar de frente com a filosofia fundamental do Ocidente. Não havia zero para Pitágoras, para Aristóteles e Ptolomeu. As conseqüências disso foram desastrosas: atrasou o desenvolvimento da matemática, de inovações científicas e incidentalmente ainda bagunçou com o calendário.

Antes que o Ocidente pudesse aceitar o zero, os filósofos ocidentais tiveram que destruir seu universo como era conhecido. Existe muito mais para falar sobre o zero, mas vou deixar isso para uma outra vez. Tem um livro muito bacana que passou pelas minhas mãos há algum tempo atrás que conta toda a história, chama-se: Zero - The Biography of a Dangerous Idea. Vale a pena!

O zero pode não ser nada, e muitas vezes, é assim que nos sentimos: um nada, um zero. Mas a história está aí para nos mostrar o poder do zero.

"...yet through all its history, despite the rejection and the exile, zero has always defeated those who opposed it. Humanity could never force zero to fit its philosophies. Instead, zero shaped humanity's view of the universe - and of God."

Olhe para o seu teclado. Procure onde está o zero. Já se perguntou porque ele está onde está e não onde ele era suposto estar?

CARPE DIEM!

Tuesday, June 26, 2007

Meus dias de Zero

Como prometido na semana passada, a Taty trouxe essa estória muito interessante que tem muito a ver com algumas coisas que ela está passando essa semana... (Até onde eu sei passando ela está é na FMU! - PARABÉNS Taty!!!!) Aí vai a estória:

O Zero sentia-se vazio. Olhava para si mesmo e não gostava do que via: era aquela enorme barriga; era a incapacidade de sobressair; era a falta de um carácter vincado... Achava mesmo que não valia nada.

Já muitas vezes tentara ser esguio como o 1, elegante como o 4 ou belo como o 7, mas nem sequer conseguia a pequena proeza de esticar uma haste para se assemelhar ao 6 ou ao 9. Era realmente uma nulidade. Mas o pior de tudo nem sequer era o aspecto, pois já se tinha habituado a isso e os outros também nunca o tinham visto de outra forma. Não, o pior nem era olhar-se ao espelho: o pior era quando olhava para dentro de si mesmo. Não valia nada, pronto! Era isso. Nunca tinha feito nada de que se pudesse realmente orgulhar; tinha as mãos vazias; nunca deixaria o nome na história ou marcas no mundo.Não passava de um zero. Mas, então, por que razão tinha consigo todos aqueles sonhos, aquele desejo de grandeza, a vontade de se lançar a tarefas gigantescas? Era um zero e sentia dentro de si uma enorme tendência para o infinito...

Ora, isto - pensava ele - não tinha lógica nenhuma. Era até contraditório. E filosofava: Via-se logo que os números tinham sido uma invenção dos homens. Por isso não batiam certo. Se tivessem sido obra de Deus, tudo teria sido diferente. Sendo assim, paciência...Mas o Zero estava de longe de se resignar com a situação. Alguma coisa lá por dentro se recusava a aceitar pacificamente estas filosofias, ainda que elas servissem perfeitamente como justificação para a sua nulidade e para a vida preguiçosa que levava.

E, no fim de contas, talvez os algarismos não fossem uma invenção dos homens. Muitas vezes dizia para si mesmo que não podia fugir à sua natureza, à incapacidade com que nascera. Sentindo-se incapaz do esforço de alcançar o infinito, que chamava por ele, repetia cinquenta vezes por dia que o infinito não existia. Para se convencer a si próprio. Para se poder entregar tranquilamente à doçura de uma vida sem montanhas para subir.

No entanto, aquela doçura acabava por o maçar. Tornava-se amarga: não na boca, mas num lugar qualquer que ele não sabia identificar com exactidão. Ora, aquilo doía-lhe. Era como se tomasse veneno.

O Zero sabia a solução, a resposta, a verdade, mas fugia de pensar nisso. Também lhe doía... O Zero sabia que o verdadeiro problema não era a preguiça nem a falta de capacidade. A questão importante era o orgulho. Sucedia que o orgulho o levava a procurar sempre o primeiro lugar quando se juntava aos outros algarismos para fazerem alguma coisa em conjunto. Conseguia esse lugar porque era o mais forte de todos, mas os outros algarismos não achavam aquilo bem. E quando isso sucedia formava-se uma barreira, uma vírgula, entre ele e os outros. E, assim, com o Zero no primeiro lugar e a vírgula logo a seguir, aquilo que faziam não valia quase nada.

O Zero pressentia que, se aceitasse um dos últimos lugares, tudo seria diferente. Talvez então pudessem, em conjunto, aproximar-se do infinito e até tocar-lhe. Talvez assim se abrissem as portas a todos os sonhos que desde sempre trouxera consigo. Mas teria - assim pensava - de se curvar perante os outros, e baixar a cabeça era para ele uma impossibilidade...

Não vou acabar de contar a história do Zero. Não vou dizer como chegou a entender que para um zero o melhor lugar é o último. Nem como acabou por pedir desculpa aos outros. Nem como conseguiu depois - não sempre, mas muitas vezes - a glória de baixar a cabeça e se colocar no último posto.

Moral da história ...existem dias que realmente nos sentimos um "zero a esquerda"mas até o zero tem sua função e sabe como se expressar dentre um infinito de numeros...basta com que cada um saiba a melhor maneira de se ressaltar ....

Sunday, June 24, 2007

A incrível viagem de Shackleton - Uma lição de marketing


No verão de 1914, Sir Ernest Shacketon parte a bordo do Endurance com o objetivo de cruzar a Antártida passando pelo Pólo Sul. Entretanto, muito antes de alcançar seu objetivo original, o barco é esmagado pelo gelo e fica preso literalmente no meio de lugar nenhum. Por meio de relatos de diários, vários escritores descrevem como o explorador e sua equipe conseguiram - depois de 2 anos de muito sacrifício - voltar com vida para casa.

Qualquer um destes livros mostra bem como senso de planejamento, visão estratégica e principalmente trabalho em conjunto foram decisivos para o "sucesso" da missão (cabe aqui a clássica: defina sucesso?!?). Enfim, o que eu li, recomendo. É o Endurance, de Caroline Alexander. Tem dezenas de fotos espetaculares como essa aí em cima tiradas pelo próprio fotógrafo oficial da expedição.

O que talvez estes livros não relatem é como Shacketon conseguiu reunir uma tripulação para uma missão tão arriscada. Diz a história que em 1913, Shakleton colocou um anúncio curto, mas bastante peculiar em diversos jornais londrinos em busca de voluntários para a expedição. Ele esperava receber de respostas de no máximo uns 50 gatos pingados. 5 mil almas valentes responderam ao anúncio dele, que na minha opinião deve figurar entre os melhores de todos os tempos. Era o seguinte:

PRECISA-SE DE HOMENS para uma viagem arriscada. Salário baixo, um frio de rachar, longos meses de completa escuridão, perigo constante, retorno seguro duvidoso. Honra e reconhecimento em caso de êxito.
- Sir Ernest Shackleton

O anúncio tinha todos os 3 elementos fundamentais para o sucesso: empolgação, informação e um apelo à ação persuasiva para agir. E tudo isso resumido em apenas 3 linhas! Não é preciso acrescentar uma palavra sequer, simplesmente fantástico. Eu teria topado na hora!

Monday, June 18, 2007

Dra.Taty: Uma questão de tempo!

Novidades no blog! Eleita por unanuimidade a Taty passa a ser apartir de agora a mais nova colaboradora oficial do blog. Como primeira participação ela dividiu com a gente sua seleção de frases favoritas sobre o efeito do tempo nas nossas vidas. Na próxima semana ela vai se revelar um pouquinho mais. Aguardemos...


- Sonha como se vivesses para sempre; vive como se fosses morrer hoje.(James Dean)

-Uma viagem de mil milhas começa com o primeiro passo.(Lao-Tsé)

-Entrei numa livraria. Pus-me a contar os livros que há para ler e os anos que terei de vida. Não chegam! Não duro nem para metade da livraria! Deve haver certamente outras maneiras de uma pessoa se salvar, senão... estou perdido. (Almada Negreiros - A Invenção do Dia Claro)

-Se eu soubesse que o mundo terminaria amanhã, hoje ainda plantaria uma árvore.(Martin Luther King)

-Somos mais pais do nosso futuro do que filhos do nosso passado.(Miguel de Unamuno)

-Dizem sempre que o tempo muda as coisas, mas na realidade somos nós próprios quem tem de as mudar.(Andy Warthol)

-É verdadeiramente velho o homem que pára de aprender, quer tenha 20 ou 80 anos.(Henry Ford)

-Não importa o que o passado fez de mim. Importa é o que farei com o que o passado fez de mim.(autor desconhecido)

-Assim como há flores em todas as estações, também há loucuras em todas as idades.(Jouy)

-O homem começa a envelhecer quando as lamentações começam a tomar o lugar dos sonhos.(John Barrymore)

-A beleza é uma tirania de curta duração.(Sócrates)

-O tempo é o melhor autor: sempre encontra um final perfeito.(Charles Chaplin)

-Não há necessidade de escolher uma estação do ano predileta. O que temos de fazer é desfrutar da beleza de cada uma delas.(Evelyn Lauder)

-O melhor profeta do futuro é o passado.(Robert Frost)

-O tempo, às vezes, tarda em dar razão a quem a tem; mas acaba por dá-la. (Jesus Urteaga)

-Ninguém sai da vida vivo.(Autor desconhecido)

-O homem não é velho enquanto está buscando alguma coisa. (Jean Rostand)

-O tempo é um inimigo subtil que ataca fugindo.(Autor desconhecido)

-Paremos de indagar o que o futuro nos reserva e recebamos como um presente o que quer que nos traga o dia de hoje. (Heráclito)

-O homem tem três amigos: o dinheiro, só até à morte; os parentes, até à sepultura; as boas obras para sempre.(Autor desconhecido)

-Posso resumir tudo o que aprendi sobre a vida em duas palavras: ela termina. (Robert Frost)

-A verdadeira função do homem é viver, não existir. Eu não gastarei os meus dias a tentar prolongá-los. Usarei o meu tempo. (Jack London)

-A vida só pode ser compreendida olhando-se para trás; mas só pode ser vivida, olhando-se para frente (Soren Kierkergaard)

-A vida é uma tragédia quando vista de perto, mas uma comedia quando vista de longe. (Charlie Chaplin)

-Eis um teste para saberes se terminaste a tua missão na Terra: se estás vivo, não a terminaste. (Richard Bach)

-O tempo que gostas de perder não é tempo perdido. (Bertrand Russell)

-Os anos ensinam muitas coisas que os dias desconhecem.(Autor desconhecido)

-O passado fugiu, o que esperas está ausente, mas o presente é teu.(Provérbio árabe)

-A melhor maneira de prever o futuro é inventá-lo.(Autor desconhecido)

-A glória é tanto mais tardia quanto mais duradoura há de ser, porque todo o fruto delicioso amadurece lentamente. (Arthur Schopenhauer)

-Não existe o esquecimento total: as pegadas impressas na alma são indestrutíveis.(Thomas De Quincey)

Saturday, June 16, 2007

Estratégia para vida

É, parece que hoje é mesmo o dia...
Essa veio da Thaís, em boa hora diga-se de passagem.
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Um senhor vivia sozinho em Minnesota.
Ele queria arar a terra de seu jardim para plantar flores, mas era um trabalho muito pesado. Seu único filho, que o ajudava nesta tarefa, estava na prisão. O homem então escreveu a seguinte carta ao filho:

"Querido Filho, estou triste pois, não vou poder plantar meu jardim este ano. Detesto não poder fazê-lo porque sua mãe sempre adorava flores e esta é a época do plantio. Mas eu estou velho demais para arar a terra. Se você estivesse aqui, eu não teria esse problema. Mas sei que você não pode me ajudar, pois está na prisão. Com amor, Seu pai".

Pouco depois o pai recebeu o seguinte telegrama: "PELO AMOR DE DEUS, pai, não escave o jardim! Foi lá que eu escondi os corpos".
Como as correspondências eram monitoradas na prisão, às quatro da manhã do dia seguinte,uma dúzia de agentes do FBI e policiais apareceram e cavaram o jardim inteiro, sem encontrar nenhum corpo.

Confuso, o velho escreveu uma carta para o filho contando o que acontecera.

Esta foi a resposta: "Pode plantar seu jardim agora pai. Isso é o máximo que eu posso fazer no momento."

Estratégia é tudo !!! Nada como uma boa estratégia para conseguir coisas que parecem impossíveis. Assim, é importante repensar sobre as pequenas coisas que muitas vezes nós mesmos colocamos como obstáculos em nossas vidas.

"Ter problemas na vida é inevitável, ser derrotado por eles é opcional!"

A frase do dia

Tudo bem que essa me caiu como uma luva hoje e ajudou a afastar a tempestade, mas... será que minhas falhas precisavam ser tão grandes??? Dona Amanda que me perdoe.

É melhor tentar e falhar, que preocupar-se a ver a vida passar. É melhor tentar, ainda que em vão, que sentar-se fazendo nada até o final. Eu prefiro na chuva caminhar, que em dias tristes em casa me esconder. Prefiro ser feliz, embora louco, que em conformidade viver.

-Martin Luther King Jr.

Friday, June 15, 2007

Saber o que fazer das coisas é o que conta!

Mas uma do Frost, essa enviada pela amiga Taty (que vai ser promotora pela San Fran em breve!)

EM WOODWARD’S GARDENS

Por mera conjetura, um menino acercou-se
certa vez de uma jaula e expôs a dois macacos
uma lente de aumento – objeto que macacos
não podem compreender, nem podem ser levados
a compreender, por mais que se empreguem palavras
ou que se diga que tais lentes são capazes
de concentrar num ponto as radiações do sol.
Mas, para lhes mostrar a arma em funcionamento,
ele fez um pontinho em cima do nariz
do primeiro macaco e, após, do outro, gerando
uma névoa de espanto em seus olhos perplexos,
que piscadela alguma alcançou dissipar.
De braços dados junto às grades, os macacos,
com grande confusão, olhavam para a vida.
Um levou ao nariz uma mão pensativa,
como se recordasse – ou como se estivesse
parado a alguns milhões de anos de alguma idéia.
Atingiram-se os nós de seus rosados dedos.
O já sabido foi outra vez confirmado
por meio dessa experiência psicológica.
E então a descoberta acabaria nisso,
não houvesse o menino, em suas conjeturas,
se demorado tanto e aproximado tanto.
Como um relâmpago de braço, houve um puxão,
e agora era do símio o que foi do menino.
Correram, num tropel, para o fundo da cela
e deram logo início a uma investigação
por conta própria e sem a intuição necessária.
Perscrutaram o gosto, a mordiscar a lente;
destroçaram o cabo e a argola que o prendia.
E, não mais sábios, desistiram em seguida.
E eis que, ocultando-a sob a palha onde dormiam,
na ampla modorra de outro dia de prisão,
voltaram novamente às grades, com secura,
a si mesmos dizendo: E quem disse que importa
o que os macacos compreendem, e o que não?
Podem não compreender o vidro que incendeia.
Podem não compreender a luz do próprio sol.
Saber o que fazer das coisas é o que conta.

-Robert Frost

Monday, June 11, 2007

The Road not Taken


Hoje recebi uma grande inspiração. Não exatamente da forma como eu esperava...
... mas melhor!

Duas estradas divergiam em um bosque em setembro
E lamentando não poder seguir em ambas vias
E sendo único viajante, durante muito tempo me lembro
olhei para uma tão longe quanto eu conseguia
até onde ela dobrava na descida e sumia
Então peguei a outra, parecia boa e vasta
e fosse talvez a mais atraente
pois estava coberta de grama precisando ser gasta
embora aqueles que passaram na frente
tivessem gastado ambas quase igualmente
E ambas que aquela manhã igualmente
fez cobertas por folhas,
pegada alguma a manchar
Oh, deixei a primeira para outra vez!
Mesmo sabendo como um caminho leva a caminhar
duvidei se iria algum dia voltar
Devo estar contando isso com a alma cortada
Em algum lugar, há uma distância de tempo imensa:
divergiam em um bosque duas estradas
e eu escolhi a menos viajada
...e esta escolha fez toda a diferença.


-Robert Frost

Saturday, June 9, 2007

Minha vida sem mim

Para quem ainda não assistiu, uma boa para o feriadão é passar na locadora e alugar o "My Life Without Me" - Produção espanhola, filmada no Canadá.
Para dar uma conferida antes, tem aqui o trailler:

http://www.youtube.com/watch?v=yUMlprmMZ5E

"This is you. Eyes closed, out in the rain. You never thought you'd be doing something like this, you never saw yourself as, I don't know how you'd describe it... Is like one of those people who like looking up at the moon, who spend hours gazing at the waves or the sunset or... I guess you know the kind of people I'm talking about. Maybe you don't. Anyway, you kind of like being like this, fighting the cold, feeling the water seep through your shirt and getting through your skin. And the feel of the ground growing soft beneath your feet. And the smell. And the sound of the rain hitting the leaves. All the things they talked about in the books you haven't read. This is you, who would have guessed it? You."

Boa diversão!

Sunday, June 3, 2007

Conectando os Pontos

Nesta semana encontrei a amiga Tatyana que é sobrinha de um grande fera, o Mr. Rui que hoje está em Seattle projetando os Boeings do futuro. A Taty assim como o tio Rui, também é uma fera e esta se preparando para ingressar na Escola de Direito da USP. Sua história me lembrou uma que eu li há pouco tempo do Steve Jobs sobre "conectar os pontos" (mais uma dele!!).

Jobs largou a faculdade depois de 6 meses cursando, mas depois voltou como aluno ouvinte por mais 1 ano e meio antes de desistir de fato. Porque ele largou tudo?

Tudo começou antes dele nascer. Sua mãe de verdade era uma jovem estudante que decidiu colocar o filho recém nascido para adoção. Ela queria muito que o filho fosse adotado por pais formados, então tudo foi arrumado para que ele fosse adotado por um advogado e sua esposa. Exceto que no último instante a família decidiu que o que eles realmente queriam era uma menina.

O casal que estava na lista de espera e que aceitou o menino, não eram formados em nenhum curso superior e o pai nem completou o ginásio, mas prometeram à mãe que iriam pagar os estudos do menino.

17 anos depois, Jobs inocentemente escolheu uma das mais caras universidades dos EUA para estudar. Todas as economias dos seus pais adotivos estavam sendo gastas e passados 6 meses ele não via sentido naquilo. Ele não tinha a menor idéia do que queria da vida e a faculdade não estava ajudando em nada neste sentido.

Então Jobs decidiu largar tudo confiando que no final tudo ia acabar dando certo. Foi assustador na época para ele, mas olhando para trás foi uma das melhores decições que ele já tomou. No instante em que ele não precisava mais fazer os cursos que ele não queria, Jobs começou a assistir aqueles que para ele pareciam interessantes. Seguir apenas a sua curiosidade e sua intuição provou ser de grande valor mais tarde.

A faculdade oferecia o que talvez fosse o melhor curso de caligrafia dos EUA. Jobs decidiu assistir a estas aulas e aprendeu tudo sobre diversos tipos de letras. Era tudo muito bonito, histórico e artístico, entretanto sem nenhuma esperança de aplicação prática na vida dele.

Mas 10 anos se passaram e quando Jobs estava a projetar o que viria a ser o primeiro Macintosh, tudo aquilo veio à tona. O Mac foi o primeiro computador com tipografias bonitas. Se Jobs nunca tivesse assistido aquele curso, o Mac talvez nunca tivesse essa infinidade de tipos de letras e como o Windows apenas copiou o Mac, muito provavelmente nenhum computador no mundo teria esse monte de letras bacanas que temos hoje.

"É claro que não dava para ter previsto este futuro quando eu estava na faculdade - Não é possivel conectar os pontos olhando para frente; você apenas consegue isso olhando para o passado. Então você tem que confiar que os pontos irão de alguma forma se conectar no futuro. Você tem que acreditar em alguma coisa - seu instinto, no destino, na vida, em karma, whatever. Essa forma de encarar as coisas nunca me deixou na mão, e isso fez toda a diferença na minha vida". - Steve Jobs