Sunday, June 24, 2007

A incrível viagem de Shackleton - Uma lição de marketing


No verão de 1914, Sir Ernest Shacketon parte a bordo do Endurance com o objetivo de cruzar a Antártida passando pelo Pólo Sul. Entretanto, muito antes de alcançar seu objetivo original, o barco é esmagado pelo gelo e fica preso literalmente no meio de lugar nenhum. Por meio de relatos de diários, vários escritores descrevem como o explorador e sua equipe conseguiram - depois de 2 anos de muito sacrifício - voltar com vida para casa.

Qualquer um destes livros mostra bem como senso de planejamento, visão estratégica e principalmente trabalho em conjunto foram decisivos para o "sucesso" da missão (cabe aqui a clássica: defina sucesso?!?). Enfim, o que eu li, recomendo. É o Endurance, de Caroline Alexander. Tem dezenas de fotos espetaculares como essa aí em cima tiradas pelo próprio fotógrafo oficial da expedição.

O que talvez estes livros não relatem é como Shacketon conseguiu reunir uma tripulação para uma missão tão arriscada. Diz a história que em 1913, Shakleton colocou um anúncio curto, mas bastante peculiar em diversos jornais londrinos em busca de voluntários para a expedição. Ele esperava receber de respostas de no máximo uns 50 gatos pingados. 5 mil almas valentes responderam ao anúncio dele, que na minha opinião deve figurar entre os melhores de todos os tempos. Era o seguinte:

PRECISA-SE DE HOMENS para uma viagem arriscada. Salário baixo, um frio de rachar, longos meses de completa escuridão, perigo constante, retorno seguro duvidoso. Honra e reconhecimento em caso de êxito.
- Sir Ernest Shackleton

O anúncio tinha todos os 3 elementos fundamentais para o sucesso: empolgação, informação e um apelo à ação persuasiva para agir. E tudo isso resumido em apenas 3 linhas! Não é preciso acrescentar uma palavra sequer, simplesmente fantástico. Eu teria topado na hora!

1 comment:

Anonymous said...

Como prometido venho lhe trazer um novo texto que de cara achei muiito interessante....embora ache que não faz muito o seu genero, mas tem haver com algumas coisas que estou passando essa semana...

O Zero



O Zero sentia-se vazio. Olhava para si mesmo e não gostava do que via: era aquela enorme barriga; era a incapacidade de sobressair; era a falta de um carácter vincado...
Achava mesmo que não valia nada. Já muitas vezes tentara ser esguio como o 1, elegante como o 4 ou belo como o 7, mas nem sequer conseguia a pequena proeza de esticar uma haste para se assemelhar ao 6 ou ao 9.
Era realmente uma nulidade. Mas o pior de tudo nem sequer era o aspecto, pois já se tinha habituado a isso e os outros também nunca o tinham visto de outra forma. Não, o pior nem era olhar-se ao espelho: o pior era quando olhava para dentro de si mesmo. Não valia nada, pronto! Era isso. Nunca tinha feito nada de que se pudesse realmente orgulhar; tinha as mãos vazias; nunca deixaria o nome na história ou marcas no mundo.
Não passava de um zero.
Mas, então, por que razão tinha consigo todos aqueles sonhos, aquele desejo de grandeza, a vontade de se lançar a tarefas gigantescas? Era um zero e sentia dentro de si uma enorme tendência para o infinito...
Ora, isto - pensava ele - não tinha lógica nenhuma. Era até contraditório. E filosofava: Via-se logo que os números tinham sido uma invenção dos homens. Por isso não batiam certo. Se tivessem sido obra de Deus, tudo teria sido diferente. Sendo assim, paciência...
Mas o Zero estava de longe de se resignar com a situação. Alguma coisa lá por dentro se recusava a aceitar pacificamente estas filosofias, ainda que elas servissem perfeitamente como justificação para a sua nulidade e para a vida preguiçosa que levava.
E, no fim de contas, talvez os algarismos não fossem uma invenção dos homens.
Muitas vezes dizia para si mesmo que não podia fugir à sua natureza, à incapacidade com que nascera. Sentindo-se incapaz do esforço de alcançar o infinito, que chamava por ele, repetia cinquenta vezes por dia que o infinito não existia. Para se convencer a si próprio. Para se poder entregar tranquilamente à doçura de uma vida sem montanhas para subir.
No entanto, aquela doçura acabava por o maçar. Tornava-se amarga: não na boca, mas num lugar qualquer que ele não sabia identificar com exactidão. Ora, aquilo doía-lhe. Era como se tomasse veneno.
O Zero sabia a solução, a resposta, a verdade, mas fugia de pensar nisso. Também lhe doía... O Zero sabia que o verdadeiro problema não era a preguiça nem a falta de capacidade. A questão importante era o orgulho.
Sucedia que o orgulho o levava a procurar sempre o primeiro lugar quando se juntava aos outros algarismos para fazerem alguma coisa em conjunto. Conseguia esse lugar porque era o mais forte de todos, mas os outros algarismos não achavam aquilo bem. E quando isso sucedia formava-se uma barreira, uma vírgula, entre ele e os outros. E, assim, com o Zero no primeiro lugar e a vírgula logo a seguir, aquilo que faziam não valia quase nada.
O Zero pressentia que, se aceitasse um dos últimos lugares, tudo seria diferente. Talvez então pudessem, em conjunto, aproximar-se do infinito e até tocar-lhe. Talvez assim se abrissem as portas a todos os sonhos que desde sempre trouxera consigo. Mas teria - assim pensava - de se curvar perante os outros, e baixar a cabeça era para ele uma impossibilidade...
Não vou acabar de contar a história do Zero. Não vou dizer como chegou a entender que para um zero o melhor lugar é o último. Nem como acabou por pedir desculpa aos outros. Nem como conseguiu depois - não sempre, mas muitas vezes - a glória de baixar a cabeça e se colocar no último posto.

Moral da história ...existem dias que realmente nos sentimos um "zero a esquerda"mas até o zero tem sua função e sabe como se expressar dentre um infinito de numeros...basta com que cada um saiba a melhor maneira de se ressaltar ....

PS:passei na fmu nas duas opções e vou fazer...em um certo momento até fiquei chateada mas depois logo vi que tb não é um bicho de sete cabeças basta como vou lidar com essa nova etapa tenho certeza de que se eu me esforçar vou conseguir algo de bom (assim como o zero hehe)...
é isso
bjaum...