Sem dúvida existem muitos lugares Onde as Ruas não tem Nome, se por um lado a própria web é um dos melhores exemplos de lugar Onde Ruas não tem Nome, o que o jornal aqui mostra é o quanto ainda estamos perdidos e longe de uma solução para os problemas que nos acompanham por toda a nossa existência...
Where the streets have no name é o nome de uma música do U2. Na canção, as ruas sem nome são as de lugarejos perdidos nas regiões desérticas da África Subsaariana. Os integrantes do U2 – que pelo menos na época em que lançaram Where the streets... eram honestamente engajados em causas sociais – quiseram passar a mensagem de que uma característica presente nos lugares em que há muita miséria – como na África – é o desprezo por qualquer coisa que signifique identidade, mesmo que seja um simples nome de rua. Ninguém dá nome ao que não valoriza. No máximo, põe um apelido depreciativo ou irônico.
Tudo isso me vinha à cabeça enquanto percorria – debaixo de um sol “africano” – as ruas sem nome do bairro Birolândia, um dos mais pobres de Governador Newton Bello. Só consegui obter informações dos moradores sobre os nomes (se é que se pode chamar assim) de duas ruas do bairro: rua da Desculpa e rua do Arame. Os bairros de Birolândia e São José abrigam, juntos, cerca de 650 famílias (3.250 pessoas). No bairro Birolândia, moram perto de 600 famílias. Trezentas delas sobrevivem abaixo da linha de pobreza. No São José, vivem umas 50, todas carentes. Boa parte dessas famílias pobres vem de povoados distantes da sede, com nomes igualmente estranhos, como Cabeça Fria, São João do Jeto, Barracão de Madeira, Currupião, Perna Seca, ou até de outros municípios, como São João do Caru. Muitos saíram dos povoados em busca de uma vida melhor, mas um grande número de pessoas abandonou seus lugares de origem – mesmo tendo uma atividade geradora de renda – simplesmente para ter direito ao programa federal Bolsa Família.
Querendo saber mais? Visite: http://www.jornalpequeno.com.br/2007/5/27/Pagina56967.htm
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