A alegria com o advento do trabalho assalariado se justifica porque a escravidão, com sua conhecida truculência, predominou durante boa parte da nossa história. Só com a Revolução industrial os vestígios das relações servis começaram a desaparecer.
Já as carreiras burocráticas, hoje sinônimo de estagnação profissional, foram arranjos que asseguravam empregos de longa duração e nasceram de um prolongamento na mundo empresarial, de um tipo comum de carreira na esfera eclesiástica.
Parte do mundo empresarial, no final do século passado, resolveu acabar com esse modelo antiquado de carreira e adotar em seu lugar, a empregabilidade.
Agora a carreira, em princípio deixa de ser controlada pela organização, passando inteiramente ao controle do empregado. Como consequência, cabe a ele ou a ela a tarefa de aprimora-se, progredir constantemente e mostrar-se empregável.
Contudo, será que, a despeito do discurso da empregabilidade (e do fim das carreiras), essa é a opção hegemonicamente preferida pelas pessoas comparada às carreiras burocráticas tradicionais? Como, então, explicar o aparente fascínio que, curiosamente, as carreiras no serviço público parecem ter voltado a exercer sobre os jovens?
No meu modo de ver, tal realidade me leva a pensar que ou não estão sendo formadas pessoas capazes de atuar em conformidade com os tempos (ditos pós-modernos) ou os tempos não estão em conformidade com as aspirações das pessoas.
Infelizmente para nós a moda pegou forte por aqui e a última coisa que o Brasil precisa para se manter competitivo no mundo globalizado é aumentar ainda mais seu déficit público empregando mais funcionários.
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