Tuesday, July 3, 2007

Procura-se Personal Trainer para franquias

Estive nesta última sexta na feira de franquias da ABF – Associação Brasileira de Franchising, e essa visita fez-me pensar sobre alguns pontos, principalmente sobre o mercado de academias.

Na feira sinceramente não vi nada nas franquias que estavam lá expondo que me fizesse pensar em investir para abrir qualquer um daqueles negócios. E digo por quê: não há nada realmente novo, a maioria era muito fraquinha. São dezenas de marcas querendo seu espaço ao sol no franchising brasileiro, e na maioria em segmentos com alta concentração de empresas concorrentes. Do que pude perceber, são todos mercados quase saturados, onde dificilmente um novo empreendedor conseguirá realizar seu desejo de livrar-se do patrão e ganhar bastante dinheiro.

Com raras exceções, os negócios oferecidos não tem nenhum grande diferencial competitivo, apenas o desejo do franqueador de vender o maior número possivel de franquias e ver no que dá. Sinceramente, eu estou louco ou alguém ainda acredita que comprar uma franquia de locadora de vídeos seja um bom negócio? Esse mercado está fadado a desaparecer. Em poucos anos a locação de filmes será feita como nos EUA, pela internet com a mesma facilidade com que hoje se realiza uma ligação telefônica, e com um custo bem menor do que se cobra hoje para você ir à loja, escolher o filme, pagar, e ainda ter de voltar para devolver. Se essa tendência futura não basta, que tal olhar para uma tendência passada? A Blockbuster nunca deu lucro no Brasil, e recentemente foi comprada pela Americanas, que quer na verdade usar os excelentes pontos comerciais onde as lojas estão instaladas, para montar lojas de varejo. Em pouco tempo, só ficarão as Americanas Express e a Blockbuster será uma lembrança...

Falando especificamente do mercado de academias, o que a feira me mostrou é que ainda devemos estar a anos-luz de um desenvolvimento razoável. Em um país que se gaba de dizer que é o 3o ou 4o maior do mundo em número de academias, havia apenas 2 franquias expondo seus negócios na feira – Contours Express e Citrus Gym. E não há mais do que outras 3 no mercado brasileiro: Curves (de longe a mais bem sucedida) e outras duas que ainda não se sabe a que vieram, pois por enquanto são franquias sem franqueados – Pelé Club e Gold’s Gym. É muito pouco. Algo está errado nessa “pujança” do mercado de fitness nacional.

Na revista de maio da IHRSA, saiu uma matéria sobre as franquias de fitness do mercado americano. Lá constam 55 empresas franqueadoras. E decerto deve haver outras. O número de academias americanas é o triplo do número brasileiro. E no entanto, há 10 vezes mais franquias disponíveis.

Mais uma vez, o que parece faltar aqui é um pouco mais de dedicação à inovação: academias novas, com características e público-alvo distintos, que possam atrair novos clientes para o mercado, como a Curves fez com tanto sucesso no mundo todo. A verdade hoje no Brasil é que as academias só diferem em tamanho e endereço. É tudo muito igual, programas, aulas, professores, equipamentos. Não deve ser coincidência que as que fizeram algo diferente como Curves e Contours, por mais simples que pareçam, estejam crescendo fortemente.

É de se pensar. Como diria meu amigo Gerson, uma coisa que não tinha lá era franquia de comida africana. O cara que bolar um negócio desse fica rico!

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